quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Mãe de jornalista morto pede libertação de outros reféns na Síria

A mãe do jornalista americano James Wright Foley pediu nesta quarta-feira (20) a libertação dos reféns das mãos dos jihadistas na Síria, depois de os extremistas divulgarem um vídeo no qual mostram a suposta decapitação do jovem, sequestrado em 2012.

"Nunca estivemos mais orgulhosos de nosso filho Jim. Deu sua vida tentando mostrar ao mundo o sofrimento do povo sírio. Imploramos aos sequestradores que perdoem a vida dos demais reféns. Como Jim, são inocentes e não têm controle sobre a política do governo americano no Iraque, na Síria, nem em nenhum lugar do mundo", escreveu Diane Foley no Facebook.
O governo dos Estados Unidos investiga a autenticidade de um vídeo de jihadistas que mostra o que seria a decapitação do jovem jornalista.

"Agradecemos a Jim por toda a alegria que nos deu. Foi um extraordinário filho, irmão, jornalista e pessoa. Por favor, respeitem nossa privacidade nos dias de luto em sua honra", continuou a mãe do jornalista em uma breve nota publicada na página que a família criou para pedir a libertação do jornalista.
Caitlin Hayden, porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca, explicou horas antes que "a comunidade de inteligência está trabalhando tão rápido quanto possível para determinar a autenticidade do vídeo".

"Se for verdadeiro, estamos horrorizados pelo brutal assassinato de um jornalista americano inocente, e expressamos nossas profundas condolências à sua família e aos seus amigos", afirmou a porta-voz.
Philip Balboni, presidente do "GlobalPost", onde Foley trabalhava quando foi capturado na Líbia em 2011 junto do fotógrafo espanhol Manu Brabo e da jornalista americana Clare Gillis, agradeceu as mensagens de apoio e pediu orações por Jim e sua família.
Balboni explicou que a longa investigação para determinar seu paradeiro fez pensar a princípio que tinha sido capturado pelas tropas do governo sírio de Bashar al-Assad. No entanto, obtiveram mais adiante informação que apontava a autoria para o Estado Islâmico na Síria, embora esclareça que à pedido da família e para protegê-lo não tornaram esse dado público.
No vídeo, divulgado na terça (19) através de foros jihadistas, Foley se despede de sua família e acusa o governo dos EUA de ser o culpado de sua execução por causa da recente intervenção no Iraque, antes de ser degolado diante da câmera por um encapuzado que falava em inglês.

A gravação começa com o discurso feito no último dia 7 pelo presidente americano, Barack Obama, no qual anunciou o começo dos bombardeios sobre o Estado Islâmico (EI) no norte do Iraque para conter seu avanço em direção ao Curdistão e permitir a assistência humanitária a milhares de deslocados.
Logo depois Foley pedindo que sua família e amigos se levantem contra as autoridades americanas, e diz que elas puseram "o último prego em seu caixão" com os bombardeios no Iraque.
O vídeo termina com o encapuzado ameaçando de morte outro jornalista americano sequestrado, Steven Joel Sotloff, cuja vida "depende da próxima decisão de Obama".
Os familiares de Foley, de 39 anos e jornalista do site americano GlobalPost, disseram em comunicado em janeiro de 2013 que um grupo desconhecido de homens armados o tinha sequestrado em uma zona do noroeste do país em 22 de novembro.

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