quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Lei de Cotas para deficientes não é cumprida


A Lei de Cotas (nº 8.213/1991) completou 20 anos, mas ainda há muita dificuldade em cumpri-la. A lei exige a inclusão de 2% a 5% de indivíduos deficientes no quadro das empresas com 100 ou mais funcionários.

No Brasil, existem hoje, aproximadamente, 24,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência (14,5% da população); 60% delas são analfabetas, conforme o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a advogada trabalhista do Centro de Orientação Fiscal, Andreia Antonacci, existe um desacordo entre quantidade de vagas e falta de trabalhadores deficientes capacitados para preenchê-las.
Ilegalidade
De acordo com dados do último Relatório Anual de Informações Sociais (Rais), de maio deste ano, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o número de trabalhadores com deficiência formalmente empregados caiu 12% entre os anos de 2007 e 2010. No mesmo período, 42,8 mil vagas para pessoas com deficiência foram fechadas. Contudo, o total de empregos formais no País passou de 37,6 milhões para 44,1 milhões.
Para a advogada, essa desarmonia entre o crescimento do número de empregos formais e a redução das contratações de deficientes pode representar indícios de ilegalidade, uma vez que, se as contratações aumentaram, era de se esperar que o número de pessoas deficientes inclusas no mercado de trabalho também crescesse.
Queixas
Dados do Ministério Público do Trabalho do Estado de São Paulo (MPT-SP) registram alta de 83,3% de denúncias numa comparação entre 2010 e os primeiros 6 meses de 2011. A maioria das reclamações dos profissionais é sobre humilhação no ambiente de trabalho, empresas que não cumprem a cota exigida pela lei e profissionais que são dispensados do emprego logo depois da cota ser cumprida.

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